Ter dificuldade para dormir pode parecer um inconveniente insignificante, mas a verdade é que o sono é primordial para a saúde, afinal, é ele que permite revigorar as energias para a realização das atividades do dia a dia.
Se você lida com dificuldade constante para dormir, leia esse conteúdo e entenda os prejuízos que noites mal dormidas podem causar para o seu organismo.
Dificuldade para dormir e diabetes: o que diz a ciência?
Qualquer pessoa que já perdeu o sono sabe o quanto não dormir o suficiente pode trazer consequências indesejadas no dia seguinte.
O que talvez você não saiba é que, quando a dificuldade para dormir se torna um padrão frequente, as consequências podem ser sentidas na memória, desempenho intelectual, concentração e humor, e, a longo prazo, pode colaborar para o surgimento de doenças crônicas como hipertensão, obesidade, problemas cardíacos e até mesmo diabetes!
Um estudo norte americano sobre duração do sono analisou o impacto de noites mal dormidas em comparação a outros fatores de risco para diabetes (tais como obesidade, histórico familiar e sedentarismo) e constatou que dormir 6 horas ou menos cronicamente tem o mesmo potencial de risco que qualquer um desses fatores.
Saiba quais são os principais danos de uma noite mal dormida
1 – Desencadeia processos inflamatórios
A privação do sono está associada a alguns marcadores que indicam processos inflamatórios no organismo.
2 – Alterações hormonais
Estudos indicam que a dificuldade para dormir e a privação do sono está associada a várias alterações hormonais, tais como maior liberação de cortisol (o hormônio do estresse), níveis mais elevados de grelina e níveis diminuídos de leptina – essas alterações entre leptina e grelina causam uma desregulação no peso corporal, já que esses hormônios controlam a fome a saciedade e ficam desequilibrados quando há privação do sono – e, por fim, noites mal dormidas prejudicam o metabolismo da glicose, por levar a maior resistência à insulina.
3 – Sedentarismo
As alterações não são apenas biológicas: após uma noite mal dormida, é normal se sentir cansado e indisposto.
O sedentarismo é um dos reflexos da privação de sono: quando uma pessoa tem dificuldade para dormir, é menos provável que ela se sinta completamente revigorada e energizada para conseguir manter uma rotina de exercícios físicos. O problema é que isso pode levar a uma série de fatores comportamentais que são negativos quando o assunto é diabetes. A falta de exercícios leva a ganho de peso e acúmulo de gordura abdominal que pioram a ação da insulina e a glicose no sangue.
4 – Descuido com a alimentação
Outro reflexo comportamental está na alimentação. Estudos indicam que a perda de sono pode levar ao consumo de alimentos mais palatáveis e hipercalóricos no dia seguinte à privação de sono. É um defesa fisiológica do organismo ao stress físico e mental por não ter dormido bem.
Além disso, a tomada de decisão da dieta fica prejudicada pelo cansaço causado pela dificuldade de dormir. Ou seja, depois de uma noite mal dormida, é comum a opção por lanches mais práticos e pouco saudáveis.
5 – Ganho de peso
Como você deve saber, vários dos fatores citados anteriormente, desde hábitos comportamentais até as alterações hormonais, estão associados a um maior risco de ganho de peso e assim, piora do diabetes.
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Resumindo, os danos da privação de sono vão muito além do cansaço físico. As repercussões causam alterações em todo o metabolismo. Por isso, a dificuldade para dormir pode se tornar um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes.
Gostou da leitura? Espero que esse conteúdo tenha te ajudado a compreender o papel do sono na regulação do diabetes.
Se você tem sofrido com a dificuldade para dormir, busque um médico especialista e discuta soluções.
Conte comigo para o acompanhamento, controle e monitoramento do seu diabetes! Sou especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.
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