Conheça os novos critérios para diagnosticar a obesidade

A obesidade, por muitos anos, foi diagnosticada pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Esse cálculo simples, que divide o peso de uma pessoa pela sua altura ao quadrado, tornou-se a métrica mais comum devido à sua praticidade. Contudo, especialistas têm apontado que o IMC apresenta limitações significativas, não considerando fatores importantes como a distribuição da gordura corporal, as diferenças entre etnias, o impacto da massa muscular e outras características individuais. Para tornar o diagnóstico mais preciso, uma comissão internacional de especialistas “Comissão da Lancet Diabetes & Endocrinology” propôs novos critérios, baseados em uma abordagem mais abrangente.  

Uma das principais mudanças sugeridas é a incorporação de medidas complementares, como a circunferência abdominal, a relação cintura-quadril e a relação cintura-altura. Esses indicadores ajudam a avaliar a gordura visceral, localizada ao redor e dentro dos órgãos, que está diretamente associada a doenças cardiovasculares e metabólicas. Além disso, exames de imagem, como a Bioimpedância, uma balança que utiliza corrente elétrica de baixa voltagem, prática e que pode ser utilizada na consulta médica ou a Absorciometria por dupla emissão de raios X (DEXA), mais precisa, mas utiliza radiação, foram indicadas como ferramentas para analisar a composição corporal de forma mais detalhada, distinguindo a gordura da massa muscular e apresentando o porcentual de gordura, sua distribuição corporal e o índice de gordura visceral. 

Outro ponto de destaque é a introdução de uma classificação diferenciada entre obesidade pré-clínica e obesidade clínica. A obesidade pré-clínica refere-se ao excesso de gordura corporal que ainda não apresenta sinais claros de comprometimento orgânico, mas que aumenta o risco de desenvolver complicações no futuro. Já a obesidade clínica é definida quando há sinais evidentes de disfunção nos órgãos ou tecidos, como hipertensão, apneia do sono, diabetes, osteoartroses e/ou limitações funcionais nas atividades diárias (por exemplo, banho, vestimenta ou mobilidade)

Esses novos critérios também buscam reduzir o estigma associado à obesidade, promovendo uma visão mais ampla e humanizada da condição. 

A obesidade é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, metabólicos, ambientais e comportamentais, e ao ir além do IMC, o diagnóstico passa a refletir com maior precisão a complexidade da condição e permite que profissionais de saúde identifiquem estratégias de tratamento personalizadas, oportunas e baseadas em evidência, com o objetivo de induzir melhora ou remissão das manifestações clínicas da obesidade. Além disso, a mudança reforça a necessidade de políticas públicas mais efetivas, que levem em conta essa abordagem sistêmica para prevenção e tratamento da obesidade. 

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.

Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.

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