O hirsutismo é uma condição de excesso de pelos na mulher em regiões do corpo ditas masculinas. Além da necessidade de tratamento, é necessária uma boa investigação porque existem inúmeras causas, desde alterações hormonais até alguns tipos de tumores benignos ou malignos.  

Neste artigo, vou explicar o que é o hirsutismo e suas principais causas, sintomas e tratamento. Acompanhe!

O que é o hirsutismo?

O hirsutismo se caracteriza pelo aumento da quantidade de pelos em mulheres, em locais mais comuns ao homem, como o queixo e o buço, por exemplo.

Sintomas do hirsutismo

O principal sintoma do hirsutismo, como já citei anteriormente, é o surgimento de pelos em locais incomuns nas mulheres, mas comum nos homens, tais como;

• queixo;
• buço;
• abdômen;
• ao redor dos mamilos;
• entre as mamas;
• nádegas;
• na região interna das coxas.

Este excesso de pelos na mulher também pode vir acompanhado de irregularidade menstrual, acne e queda de cabelos em alguns casos. 

Causas

As causas que contribuem para o surgimento do hirsutismo são variadas. Fatores genéticos, resistência insulínica, obesidade, medicações, tumores benignos e alguns cânceres podem ser uma das causas. No entanto, muitos casos não têm causa definida.

A seguir, as causas mais comuns:

Hirsutismo familiar

É quando o crescimento de pelos está associado a fatores genéticos e familiares, e não necessariamente por causa de desequilíbrios hormonais ou alterações menstruais. Nesse caso, a condição é antiga e pode estar relacionada a determinados grupos étnicos específicos.

Excesso de hormônios masculinos

As glândulas adrenais e os ovários são os principais responsáveis pelo excesso de produção de hormônios masculinos no hirsutismo. Neste caso, o surgimento de pelos é progressivo. As adrenais e os ovários tanto podem ser acometidos por tumores benignos ou malignos produtores de testosterona. 

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

Essa síndrome está associada a um conjunto de alterações metabólicas e hormonais que acometem as mulheres adultas jovens devido a fatores como: resistência insulínica, sobrepeso e gordura abdominal. Esta síndrome também cursa com alterações no ciclo menstrual, infertilidade e maior risco de diabetes. 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a SOP é a causa predominante de hirsutismo de origem glandular. A prevalência em mulheres

em idade reprodutiva varia de 4% a 8% para a população geral de mulheres.

Uso de medicamentos 

Atualmente, com o uso indiscriminado de hormônios masculinos nas mulheres, houve um aumento de casos de hirsutismo, principalmente na faixa etária de 40 a 50 anos, como efeito colateral de testosterona em gel ou por implante hormonal.
Outra droga que pode causar hirsutismo é o uso crônico de corticoide para tratar doenças reumatológicas. 

Menopausa 

A menopausa pode cursar, inicialmente, com um maior declínio do hormônio feminino em relação ao hormônio masculino na mulher, que declina mais lentamente. Assim, esse desbalanço hormonal pode causar hirsutismo leve no rosto da mulher. Esse quadro tende a ser reversível. 

Diagnóstico

O diagnóstico de hirsutismo em mulheres leva em conta o histórico clínico pessoal e familiar da paciente (idade, etnia, regularidade dos ciclos menstruais e uso de medicamentos e tempo de progressão do crescimento dos pelos). 

Também podem ser solicitados exames complementares de sangue para determinar os níveis glicêmicos e hormonais, tanto dos ovários como das adrenais. Além disso, exames de imagem podem auxiliar na investigação da ocorrência de alterações patológicas nos ovários e adrenais, como cistos ou tumores. 

Tratamento

O tratamento de hirsutismo varia conforme a causa e também se há outras doenças associadas  intervindo na condição. O principal objetivo do tratamento é combater o excesso de hormônios masculinos (quando houver) ou bloquear sua ação que dá origem ao pelo.

Um passo importante é a perda de peso (quando há sobrepeso ou gordura abdominal), afinal, a perda de 5% do peso corporal pode reverter alguns casos de hirsutismo. Isso se deve ao fato de o tecido gorduroso sintetizar vários hormônios e também pela melhora da resistência insulínica.

O tratamento do hirsutismo pode ser feito através do uso de medicamentos ou através de tratamento físico envolvendo cremes depilatórios e laser. Acompanhe a leitura e confira a seguir mais sobre como funciona cada um desses tratamentos.

Medicamentos orais

Em grande parte dos casos, o tratamento bloqueia a ação dos hormônios masculinos que causam o excesso de pelos nas mulheres, reduzindo seu crescimento. Os resultados costumam aparecer no período de três a seis meses. A droga mais utilizada é a espironolactona. Também podem ser usados anticoncepcionais. 

Laser e luz pulsada

Essa é a opção mais rápida e eficiente para a remoção dos pelos. Há diferentes aparelhos que podem ser utilizados conforme cada caso. A eficácia e possíveis efeitos colaterais devem ser discutidos com o dermatologista.

Cirurgia

Em raros casos, são necessários tratamentos cirúrgicos para remoção de tumores hipersecretores de hormônios masculinos em ovarianos ou adrenais.  

Com um diagnóstico e tratamento eficazes, é possível resolver o hirsutismo. 

Siiga todas as orientações do seu endocrinologista e dermatologista e não realize tratamentos caseiros sem orientação médica.

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente. 

Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.