A obesidade é um dos principais problemas de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que até 2025, 2,3 bilhões de adultos no mundo todo estejam acima do peso. A partir disso, os remédios para emagrecer são uma alternativa quando associados às mudanças na alimentação, atividade física e melhoras nos hábitos e vida.
No entanto, ainda há muitas dúvidas e questionamentos quando o assunto é o uso de remédios para a perda de peso. Neste artigo, vou esclarecer alguns dos principais deles. Boa leitura!
Remédios para emagrecer: quais são as indicações de uso?
É importante que o uso dos remédios para emagrecer ou o tratamento para sobrepeso/obesidade seja aliado a mudanças de hábitos. Essas mudanças comportam restrição calórica na dieta, além de melhora na qualidade alimentar, prática de exercícios físicos, autocuidado, melhora do sono e promoção de bem estar. Todas estas mudanças devem ser levadas para o resto da vida. Caso isso não se perpetue, há grande chance de recuperação de peso, mesmo com o uso de medicamentos.
Atualmente, o uso de medicamentos para perda de peso é indicado na seguintes situações:
- Indivíduos com IMC maior que 30 kg/m²;
- Indivíduos com IMC maior que 27 kg/m² que também apresentem diabetes, hipertensão ou colesterol elevado;
- Indivíduos com IMC maior que 25 kg/m² que apresentem circunferência abdominal maior que 102 cm nos homens e 88 cm nas mulheres.
Remédios para emagrecer: conheça os principais
Atualmente, temos 3 classes de medicação para perda de peso liberadas pela Anvisa no Brasil:
1- Inibidores da enzima lipase lipoproteica;
2- Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina no cérebro;
3- Análogos do hormônio GLP1.
Cada uma têm um mecanismo de ação diferente e podem ser usadas isoladas ou associadas.
Importante saber que muitas vezes são necessárias medicações para ajudar na saciedade e amenizar a fome que vem com a perda de peso ou para aumentar o metabolismo para vencer a termogênese adaptativa, a qual desacelera o metabolismo para que se recupere o peso perdido.
Confira a seguir sobre cada uma das classes de remédios para emagrecer.
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Orlistate
O orlistate é uma medicação que inibe uma enzima que age no intestino, a lipase lipoproteica. Essa enzima é responsável por quebrar a gordura dos alimentos para que esta possa ser absorvida no intestino. Bloqueando a ação dela em 30%, parte da gordura ingerida é eliminada junto com as fezes e por isso favorece o emagrecimento.
Esta medicação não age na fome nem no metabolismo. Serve, muitas vezes, para ser associada a outras medicações para emagrecer. É uma droga muito bem tolerada para quem já faz uma boa dieta e não exagera em gorduras. Além disso, ela reduz gordura no fígado e, assim, contribui no tratamento da esteatose hepática.
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Sibutramina
A sibutramina é uma medicação que aumenta 2 tipos de neurotransmissores que ajudam a emagrecer: a serotonina e a noradrenalina.
Assim, pelo efeito da serotonina, causa saciedade e reduz compulsão alimentar e, pelo efeito da noradrenalina, aumenta o metabolismo.
É uma medicação bem tolerada, mas pode ter interação com drogas usadas na psiquiatria. E não pode ser usada por idosos ou em quem tem risco maior de infarto por aumentar o metabolismo.
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Liraglutida
A liraglutida é uma medicação para emagrecer de uso subcutâneo. A injeção é aplicada pelo próprio paciente e não causa dor. Ela age nos mesmos receptores do hormônio intestinal GLP1.
A medicação emagrece por 2 vias: saciedade por retardar o esvaziamento gástrico e redução da fome hedônica (emocional) por agir no hipotálamo.
Além disso, este medicamento age no coração e vasos sanguíneos, protegendo de infarto e derrame. Protege os rins, reduz gordura no fígado e trata diabetes. É uma medicação mais completa para quem tem síndrome metabólica.
Também pode ser usada por quem trata doenças psiquiátricas, por idosos, hipertensos e infartados.
Remédios para emagrecer: 4 mitos
1. Ao parar as medicações, vou ganhar o dobro do peso que perdi
A verdade é que a obesidade é uma doença crônica. Se você está controlando seu peso com medicação que traz saciedade para ingerir menos calorias e parar de usá-la, pode perder a saciedade e voltar a ingerir mais calorias. Você deve continuar com o tratamento.
O mesmo acontece com dieta sem medicação. Se parar a dieta com restrição calórica, pode voltar a ganhar peso. A fome aumenta com a perda de peso e as medicações podem amenizar este efeito e manter o peso perdido.
2. Fórmulas naturais promovem um emagrecimento mais saudável
As fórmulas podem conter diuréticos, laxantes, hormônios da tireoide, corticoides ou substâncias desconhecidas que podem causar danos ao organismo. Desconfie de fórmulas cheias de itens. Use medicações aprovadas pela ANVISA. Essas medicações foram testadas e sabemos exatamente os benefícios e os possíveis efeitos colaterais.
3. Remédios para emagrecer viciam
Esse é um dos principais mitos quando o assunto é medicação para emagrecer. Mas, no caso dos remédios autorizados e devidamente orientados pelo médico, isso não acontece.
4. Quem usa remédio para emagrecer não tem força de vontade para conseguir sozinho com dieta e exercícios
Nas mídias sociais, há muitos influenciadores ou dito especialistas no assunto que costumam ditar fórmulas mágicas para emagrecer que levam a frustrações em pessoas com obesidade. Muitos pensam: “Se é tão fácil, por que eles conseguem e eu não?” Assim, quem precisa, demora mais tempo para procurar ajuda de um médico que cuida seriamente de obesidade, uma doença que tem amplo caráter genético e que precisa ser tratada a longo prazo para reduzir o risco de mortalidade precoce nestes pacientes.
Lembre-se, é importante buscar sempre a orientação de um médico, de preferência um endocrinologista. Ele será capaz de fazer o acompanhamento correto do tratamento para obesidade e avaliar se você precisa ou não do uso de medicamentos.
Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.
Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.